Viver no exterior é um sonho para muitas pessoas. Melhor ainda se for para atuar na área de formação, fazendo o que se ama. Exemplo disso é o diplomado em Comércio Exterior pela Univates Giovani Pretto. Natural de Lajeado e filho de família de comerciantes, desde cedo ele pegou gosto pela área e hoje vivencia a profissão na Austrália, país onde reside há cinco anos. Com atuação como desenvolvedor de negócios entre a Austrália, a América Latina e a Europa, ele conta de que forma sua trajetória começou.
Aos 18 anos, após retornar do serviço ao Exército Brasileiro, Pretto iniciou no curso de Comércio Exterior da Univates. Poucos anos depois, aos 21, começou a trabalhar no ramo automobilístico, período em que também passou a treinar capoeira e a praticar surf nos momentos de lazer. “Naquela época já tinha amigos morando no exterior, alguns voltando da Austrália e falando maravilhas do país. Depois de três anos na concessionária, abri meu negócio de carros usados e continuei trabalhando com automóveis por cerca de quatro anos”, explica.
Tendo completado cerca de 80% do curso de Comércio Exterior, Pretto sentiu a necessidade de começar a atuar na área em que estudava. “Fiz estágio em um escritório em Porto Alegre, mas o trabalho administrativo que a posição oferecia era muito monótono para mim, que estava acostumado a fazer negociações”, lembra. Foi quando o então estudante conversou com um professor e decidiu viajar e aprender inglês, apostando que essa experiência seria um diferencial para ingressar no ramo de negociações de comércio exterior.
Após residir na Itália e na Inglaterra por um ano, países em que aprendeu italiano e inglês, respectivamente, Pretto decidiu se aventurar por mais um ano e morar na Austrália, unindo em uma única viagem a sua curiosidade pelo país, o aprendizado da língua inglesa e o estilo de vida característico do local.
Ao retornar para o Brasil, ele se dedicou à conclusão dos estudos. “Como eu havia voltado com fluência na língua inglesa, acabei assessorando algumas empresas. Uma delas importava e distribuía peças para motores”, conta.
Em certo momento da sua vida, quando o diplomado cursava MBA em Negócios Internacionais na Unisinos, por meio de alguns testes foi possível conhecer melhor a si mesmo: se confirmou o perfil visionário e empreendedor. “Tenho suporte do lado integrador e produtor, porém deixo a desejar no lado administrador. Ainda, a vida tem ciclos para mim. Preciso de mudança com mais frequência, estou sempre em busca do novo e tenho facilidade para reestruturar processos e fazer amigos. No entanto, trabalhos administrativos sugam minha energia. O que me motiva também ficou claro: independência, desafio puro e estilo de vida”, relembra.
Ao concluir a especialização, Pretto retornou para a Austrália e logo decidiu fazer o possível para conseguir residência permanente. Após dois anos realizando cursos avançados em língua inglesa, marketing e gerenciamento, ele conseguiu ingressar na área de comércio exterior em uma empresa que trabalha com logística internacional. “O desafio está sendo maravilhoso. Estou descobrindo cada vez mais possibilidades de negócios e estruturando-as com parceiros comerciais, tanto da minha rede de contatos quanto com os parceiros da empresa”, ressalta.
A importância da graduação
“Não há palavras suficientes para enfatizar a importância que o meu diploma teve, não somente para a minha contratação, mas também para que a imigração australiana pudesse reconhecer a minha qualificação para a vaga, aceitando assim o meu pedido de visto de trabalho”, afirma em relação à graduação em Comércio Exterior realizada na Univates.
Quanto ao processo de reconhecimento do curso no país estrangeiro, Pretto explica que o seu diploma e a relação das disciplinas do curso foram enviados ao órgão que avalia o curso. “O resultado foi excelente, pois disseram que era compatível com o curso de uma universidade australiana”, relata.
Os planos não param
Desafios e descobertas resumem seus desejos para os próximos anos. “À medida que vou me descobrindo, vou criando meu futuro. Quando a gente mora fora, tem tempo suficiente para ouvir a nossa voz interior. Penso em continuar nesse ramo por muito tempo, talvez para sempre”, salienta. Mais do que isso, o diplomado conta que tem a intenção de se especializar para auxiliar pessoas que têm interesse em experiências internacionais. “Escrever um livro sobre esse tema é uma meta de curto a médio prazo”, enfatiza.
Tornar-se um empreendedor social é outra meta do diplomado. “Acredito que há muitos aspectos bons na Austrália que podem ser adaptados e introduzidos no Brasil. Muitos deles são referentes a leis e regulamentações. A Austrália funciona bem e não é por acaso. Eu ficaria muito feliz em poder ajudar nosso querido Brasil em questões que realmente são prioridades. Lá de fora a gente consegue enxergar questões que estando no Brasil não se enxerga”, finaliza Pretto.
Texto: Bruna Lais Alves