A vontade de conhecer outros países sempre existiu em Joel Immich, diplomado em Análise de Sistemas pela Univates, que reside na Austrália há três anos. Ao longo do curso de graduação, os amigos viajaram por meio de intercâmbio, conhecendo a Europa e a América Latina. A vontade só aumentava. “Também tive a oportunidade de conhecer intercambistas e estudantes estrangeiros na Univates, sem falar nos vários professores com experiência internacional”, conta. Tantas histórias sobre a vida no exterior despertaram ainda mais seu desejo de conhecer o mundo.
Ainda no início do curso, após alguns semestres estudando, Joel recebeu uma oportunidade de trabalho em Lajeado que não poderia recusar. Ali estava uma ótima chance de desenvolver sua carreira profissional. Os cinco anos seguintes foram de dedicação ao curso e ao fortalecimento da profissão. Com muito trabalho e estudo, ele fazia o possível para equilibrar as tarefas com a vida pessoal.
“Logo após minha formatura, minha irmã decidiu estudar inglês na Austrália. Fiquei muito feliz por ela e apoiei a decisão, mas a ideia de fazer o mesmo estava fora de cogitação”, conta. Nesse momento, a carreira do diplomado estava em um período de estabilidade e, para que pudesse receber novas oportunidades, percebeu que precisaria dar continuidade aos estudos. Aprender o idioma era uma das opções que acreditava ser importante para que novas portas se abrissem.
A irmã de Joel estava residindo na Austrália e, depois de muitas conversas, ele decidiu que visitaria o país para estudar inglês. Por conta da sua atuação na área de tecnologia da informação, ele tinha algumas noções da língua inglesa, além de ter realizado um curso antes da graduação. Mesmo assim, o nível do idioma era considerado básico.
Ele sabia que, se chegasse no país com o inglês mais “afiado”, seria mais fácil conseguir uma oportunidade. Foi então que decidiu melhorar o idioma de forma bem divertida: assistindo a seriados e filmes em inglês. Durante os três meses de preparação para a viagem, ele tentou assistir ao maior número possível de obras audiovisuais. “Posso dizer que, pelo menos, eu treinei meu ouvido para a língua inglesa, mas só me dei conta de quão básico era meu inglês quando eu cheguei na Austrália”, lembra.
Como um recomeço
Em março de 2012, quando o diplomado chegou ao país, foi necessário ir para a escola novamente, aprender a falar, a ler e a escrever em inglês, fazer amizades e procurar o primeiro emprego. “Foi literalmente um recomeço”, recorda. Assim como muitos recomeços, para ele também não foi fácil. “Tive vários altos e baixos. Mais baixos do que altos, para falar a verdade”, conta ao lembrar que perdeu seus documentos e o celular, o dinheiro havia acabado e o único emprego que conseguiu foi como lavador de carros nos finais de semana.
Mesmo assim, o dinheiro que recebia não era suficiente para manter seus gastos. “Resolvi comer menos para poder pagar as contas, mas não desisti”, conta. Depois de cinco meses no país, Joel sentiu que a situação estava começando a melhorar, então resolveu estender sua estadia e permanecer na Austrália por mais um tempo.
Esse tempo perdura até hoje. Joel está cursando na Austrália o último semestre de um MBA em Gestão de Projetos e atua na área técnica de projetos e tecnologia da informação. A empresa em que trabalha é líder mundial em portais on-line para restaurantes.
A formação universitária
Joel atribui boa parte da ascensão profissional à sua formação. “Sem o curso de Análise de Sistemas e sem a experiência que tive no Brasil, provavelmente minha história seria bem diferente. Posso dizer com toda a certeza que a Univates me deu a base necessária para chegar aonde cheguei”, afirma.
Além do ensino, ele conta que os contatos e as trocas de experiências ao longo do curso de graduação foram essenciais para formar a ideia de estudar e morar fora do Brasil. “Até mesmo após a vinda para a Austrália, quando eu precisei de suporte e documentação, o atendimento que recebi da Univates foi excelente”, agradece.
Sobre experiências no exterior, ele afirma: “nem sempre são financeiramente acessíveis e podem ter retorno financeiro lento, depende de cada um, mas o enriquecimento cultural e o desenvolvimento pessoal são garantidos e tudo começa já na hora do embarque”. Ele compara seu pensamento a uma frase de Albert Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. Joel acredita que viajar e conhecer novos lugares certamente abrem a mente para novidades e motivam a continuar evoluindo. A dica que Joel deixa para as pessoas é: viajem!
Texto: Bruna Alves