Um sinal verde para o equilíbrio físico e social
Postado as 06/04/2021 16:03:27
Por Cristiano Zluhan Pereira, Leonardo de Ross Rosa e Rafael Rodrigo Eckhardt
As cidades do mundo consomem 80% da energia global, produzem 75% das emissões globais de CO2 e geram diversos problemas socioambientais, principalmente aqueles relacionados com o saneamento ambiental. No âmbito social, o desafio das cidades contemporâneas é oportunizar aos seus cidadãos condições melhores para desfrutar os bons momentos da vida.
Os cuidados com a qualidade ambiental nas cidades e nos bairros, ofertando praças, parques, áreas verdes, academias ao ar livre, quadras esportivas e outros espaços públicos para o convívio social estimulam condições para a prática de exercícios físicos, momentos de lazer, de relaxamento mental, sentimento de liberdade e outras percepções que estimulam a saúde física, mental e emocional e o estado de bem estar, além de contribuir para a redução dos efeitos das desigualdades sociais.
A ampliação das áreas verdes nos espaços urbanos contribui para a redução dos impactos do CO2 na atmosfera, pois a fase de crescimento das árvores neutraliza o carbono fixando-o em biomassa vegetal. A capacidade de neutralização de CO2 é em torno de 1,2 toneladas por hectare de floresta ao ano. A presença de áreas verdes nas cidades também contribui para a saúde humana, pois favorecem caminhadas e pedaladas a partir de um ambiente mais agradável aos olhos, motivando as pessoas para movimentarem o corpo em espaços abertos e a prática de exercícios físicos.
À medida que as cidades crescem e se tornam mais compactas, a arborização das vias e a disponibilidade de espaços públicos arborizados acessíveis às pessoas, se tornam importantes para melhorar a saúde física e mental das pessoas.
Os benefícios urbanos, quando se tem um planejamento de arborização, também são inúmeros. Em meio a áreas de grande densidade populacional com muita pavimentação e construções, espaços com vegetação contribuem para a redução da temperatura do local, permitem uma melhor permeabilidade do solo, produzem áreas de passagem ou permanência sombreadas, além de diversidade visual, dependendo das espécies adotadas.
Estudos confirmam que a possibilidade das pessoas serem fisicamente ativas é três vezes maior em bairros com bastante vegetação em relação a bairros com pouca vegetação. E além do estímulo à prática física, a saúde mental também é afetada positivamente, considerando que esses espaços favorecem o convívio social.
Independente da intensidade e duração, as atividades físicas nas áreas verdes conferem redução significativa nos índices de raiva, hostilidade, confusão, desconfiança, depressão, abatimento e ansiedade pós-atividade, resultando em satisfação e na melhoria da qualidade de vida. Ainda, quanto maior a frequência e a intensidade das práticas físicas em áreas abertas, melhor é a adaptabilidade fisiológica do organismo.