O que um analista de dados faz?
Não é novidade que cada vez têm sido gerados mais dados, seja pelo celular que você usa, pelas transações eletrônicas que a empresa na qual você trabalha faz ou pelo computador que a sua mãe acessa as redes sociais. O que é novidade é a carreira de analista de dados, uma das áreas que mais tem crescido em oportunidades profissionais e pode ser uma ótima oportunidade para você.
Isso porque as empresas precisam de profissionais que, além de reunirem informações, tenham a capacidade de interpretar o que elas apontam. Conforme Augusto Fleck, CTO da BIMachine, as carreiras de analista e cientista de dados não são profissões novas, mas ganharam evidência nos últimos anos com a necessidade de as empresas darem um salto de profissionalização bastante grande.
“Negócios eram geridos pelo feeling (percepção) dos gestores e pela experiência de mercado. Como a mudança de mercado era mais lenta eles tinham um outro contexto e essa capacidade, porém o tempo de mudança foi encurtando, então o que é tendência de mercado muda muito rápido e o feeling não acompanha mais. Além disso, a concorrência aumentou de forma mundial e eu preciso otimizar minha produção, preciso entender onde tá meu custo, minha venda… A gestão por feeling não consegue mais acompanhar as mudanças que ocorrem no mercado. Precisamos ter a capacidade de entender nossos negócios baseados nos dados que eles geram, e assim projetar estratégias baseadas neles”, explica.
Assim, a tomada de decisões se torna mais assertiva, pois ela é embasada em dados e não na intuição. Por exemplo, se uma empresa quer lançar um serviço novo, mas não sabe em qual dia da semana há mais procura por esse serviço, os dados podem ser aliados nessa decisão. Fleck acrescenta que é possível dizer que todos os segmentos usam dados: a indústria, o setor de varejo e o de serviços. “Escritórios de advocacia analisam dados processuais, por exemplo. Na indústria o uso de dados é mais evidente, porque o mercado é muito competitivo e tem muitos processos, mas não dá pra se dizer que existe um segmento que não precise se utilizar dessas informações”, afirma.
Fleck também entende que hoje qualquer pessoa que tenha um negócio precisa entender a necessidade de decisões baseadas em dados.
“Também é muito importante ter em mente que o volume de dados aumentou de forma exponencial e uma pessoa só consegue entender esses dados com pessoas e ferramentas treinadas para isso” (Augusto Fleck, CTO da BIMachine).
O analista de sistemas Rafael de Oliveira acrescenta ainda que uma organização que se valha da análise de dados tem vantagem competitiva sobre seus concorrentes, já que permite a tomada de decisões mais certeiras. É aí que entra o analista e o cientista de dados!
(Foto: Nicolé Morás)
As vagas de analista de dados podem ser ocupadas por pessoas com as mais diversas formações, porém existe uma afinidade nata de profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI), já que para trabalhar com um grande volume de dados é interessante saber linguagem de programação ou funções avançadas de Excel. É com a programação que um monte de dados desordenados podem ser reunidos segundo algum critério lógico – o que faz com que eles façam sentido. Fleck explica que a área de cientista de dados vem crescendo muito e há vagas para a contratação de especialistas. “É uma profissão bastante afunilada ainda ao profissional que é das áreas de estatística e de TI, que vai fazer trabalho mais avançado de mineração, pesquisa e estatística”, explica.
Algumas linguagens de programação, como a Python e R, são mais simples. Dessa forma, mesmo quem nunca pensou em programar pode aprender. Por isso, a carreira de analista de dados também se aproxima de algumas profissões da área da gestão, como Análise de Sistemas – uma área de formação vinculada à Administração. Quem optar por esse curso será um profissional que se caracteriza por administrar as organizações utilizando a informação como recurso estratégico na obtenção de vantagem competitiva para a sua organização, com o apoio de tecnologias de informação e de comunicação.
No mercado
Diplomado pela Univates, Rafael de Oliveira é analista de comunicação e marketing e sua atividade está diretamente relacionada com a análise de dados, aqui mesmo na Univates. Para ele, a análise da dados se estende para muitas áreas, mas a de marketing é uma das que mais precisa de análise e tratamento de dados que possam gerar informações de extrema importância para embasar decisões mais assertivas. “A gente analisa tudo o que possa contribuir para definir a nossa estratégia de marketing”, resume.
Oliveira acredita que sua contratação se deu em função do seu perfil e da sua formação.
“Tenho um perfil de quem analisa as coisas, um senso mais crítico para tentar buscar a ideia principal. Além disso, minha graduação em Administração com linha de formação em Análise de Sistemas me habilita para as duas áreas” (Rafael de Oliveira, analista de dados da Univates).
Ele também destaca a importância da experiência que teve durante sua trajetória profissional para ser contratado para a análise de dados. ”Tive uma experiência anterior em que realizava a análise de dados e do negócio do cliente para criar painéis com as informações estratégicas. Para isso eu precisava entender o negócio, entender como a empresa tratava a informação e começar a gerar visões que eles não tinham anteriormente. Então, com isso, a gente acaba criando uma base de conhecimento muito grande que auxilia no desempenho da função”, acredita Oliveira.
Para quem quer começar…
Oliveira tem algumas dicas para quem está pensando em seguir essa carreira. Confira:
- tenha boa base sobre modelos de negócios, tipos e perfis de organizações;
- seja curioso – tente descobrir se há mais alguma coisa por trás daquela informação, ou se ela combinada a uma outra pode trazer dados novos;
- seja crítico – desconfie do que os dados mostram num primeiro momento, analise, teste, pesquise;
- exercite seu perfil analítico;
- busque qualificação sempre, afinal a tecnologia evolui muito rápido e a informação se atualiza mais rápido ainda.
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