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O outro lado da pesquisa científica

Postado em 10/10/2016 10h33min

Por Elise Bozzetto

A pesquisa científica é uma atividade de fundamental importância para a humanidade. A ampliação do conhecimento é gerada pelo processo da pesquisa, que tem por objetivo a solução de problemas de forma racional, analítica, sistemática e metodológica. Por meio da pesquisa ocorrem diversas descobertas, como novas fontes de energia, novos alimentos, medicamentos, novos processos.

Muitas pessoas são impactadas pelas pesquisas realizadas na Univates. Toda a comunidade é beneficiada de alguma forma com o que é produzido aqui. Conheça algumas histórias que mostram um pouco como cada um, mesmo sem saber, faz parte do fascinante mundo da pesquisa.

Biologia: o despertar na pesquisa desde cedo
Arthur Sulzbach, estudante do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Santo Antônio, de Estrela, teve um insight do que seria sua escolha profissional ainda no sexto ano do Ensino Fundamental, na primeira aula de Ciências, em 2011. No ano seguinte, ele começou a pesquisar sobre propagação de plantas. Em 2013, visitou a Univates para conhecer as pesquisas da Instituição nessa área. A partir daí estudou técnicas caseiras de produção de plantas e nunca mais parou de pesquisar sobre o tema.

Em 2015, iniciou a produção de mudas e participou da Feira de Ciências da Univates. Neste ano entrou para um programa de mentoria. Agora está prestes a iniciar como bolsista voluntário nos projetos de pesquisa da Univates. “Conhecer as pesquisas da Univates e participar da Feira com certeza foram fundamentais no meu projeto de pesquisa. Hoje estou trabalhando com a propagação de orquídeas, que serão introduzidas em áreas degradadas no município de Estrela. As orquídeas aceleram o processo de recuperação ambiental, pois têm alto potencial de realizar interações mutualistas”. A determinação do precoce pesquisador é inspiradora, pois o resultado do seu projeto para o meio ambiente só poderá ser observado daqui a 15 ou 20 anos.

Educação: novas tecnologias a favor do ensino
Uma das reclamações dos professores é o uso excessivo de smartphones durante a aula. E se o celular fosse um aliado em vez de uma distração na sala de aula? Uma pesquisa da Univates resolveu trabalhar a matemática utilizando smartphones, ancorada teoricamente em uma tendência da educação matemática denominada Etnomatemática. A pesquisa mostrou aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Padre Fernando, de Roca Sales, as possibilidades de utilizar aplicativos como ferramentas para construção do conhecimento.

Bruna Cossul, aluna participante, se encantou pelo uso das ferramentas. “Amei a experiência porque facilita muito na hora de aprender alguns conteúdos. Ficou muito mais fácil, pois existem aplicativos para serem baixados que auxiliam na hora de estudar. Usar o celular nas aulas foi muito legal mesmo, pois ele pode ter muita utilidade para a aprendizagem, sem contar que as aulas ficam bem mais divertidas”, comenta a estudante. Depois de concluídos, os resultados do estudo (assim como todas as intervenções realizadas pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas) ficam disponíveis para todos os professores no site da Univates.

Saúde animal: controle biológico x uso de pesticidas
A Granja Cageri, de Lajeado, é uma das empresas beneficiadas pelas pesquisas realizadas no Parque Científico e Tecnológico da Univates (Tecnovates). Por meio do controle biológico, tecnologia limpa e sem impacto ambiental, uma das pesquisas busca, utilizando ácaros predadores, controlar a infestação que acomete as galinhas, comprometendo a produção de ovos e a saúde dos animais. Para a engenheira agrônoma e gerente da Cageri, Caroline Rieth Dal Sotto, a ave que apresenta infestação de ácaros se torna agitada, de aparência envelhecida, com as penas danificadas. Além de dar mau aspecto ao plantel, a doença reflete em baixa produtividade, gerando dano econômico. “De acordo com o nível de infestação, é necessária a aplicação de tratamento com produtos químicos (inseticidas ou acaricidas), que, além de ser de difícil aplicação, não elimina totalmente os ácaros, necessitando de aplicações posteriores, quando a infestação volta a crescer. A ideia da pesquisa é selecionar ácaros predadores, multiplicá-los em laboratório e posteriormente soltá-los no ambiente em que estão as aves, para que haja o controle natural, promovendo o equilíbrio em que o ácaro parasita não chega a alcançar infestação suficiente para causar dano econômico”, explica Caroline. Para ela, essa parceria com a Univates tem trazido grandes resultados. “Todas as necessidades têm uma solução e a pesquisa é a forma objetiva de descobrir essa solução. Pode levar tempo ou ter de mudar a estratégia de descoberta, mas o objetivo é alcançado”, finaliza.

Pesquisa na Univates: indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão
Para a coordenadora do setor de Pesquisa da Univates, professora Márcia Jussara Hepp Rehfeldt, a pesquisa pressupõe alguns princípios. “Consideramos como inerentes à pesquisa a indissociabilidade entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, a cooperação com o desenvolvimento do Vale do Taquari, a integração com as comunidades científicas nacional e internacional e o favorecimento à produção de tecnologia”, explica a docente.

Para Márcia, as ações institucionais contribuem para a elevação da qualidade dos processos
educacionais, melhorando a qualificação docente, aprimorando a formação do corpo discente e gerando benefícios para a comunidade regional. "A atividade de pesquisa está atrelada ao desenvolvimento social e intelectual do indivíduo e vem sendo desenvolvida e estimulada desde o início da Instituição e nas mais diversas áreas dos conhecimentos científicos. Na graduação e na pós-graduação, a Instituição estimula a pesquisa por meio dos trabalhos de conclusão de curso, das dissertações, das teses e dos programas de iniciação científica e tecnológica”, afirma Márcia.

A pesquisa também favorece a produção de tecnologia, contribuindo com o desenvolvimento do Vale do Taquari. Na Univates, estão diretamente envolvidos 75 professores doutores e 145 alunos com bolsas de iniciação científica oriundas da Univates, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Esta notícia faz parte da edição 2 da Revista Univates. Confira a versão online aqui

Texto: Elise Bozzetto

Engenheira agrônoma e gerente da Cageri, Caroline Rieth Dal Sotto

Elise Bozzetto

Arthur Sulzbach, estudante do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Santo Antônio, de Estrela

Elise Bozzetto

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