Pela primeira vez no palco do Teatro Univates, ”Os olhos de Nara Leão", montagem que chega a Lajeado em única apresentação. Escrita e dirigida por Miguel Falabella.

Zeze Polessa cresceu ouvindo e acompanhando a carreira de Nara através dos discos e os muitos sucessos apresentados em festivais na TV. Durante a pandemia, ao ler uma biografia da cantora, enfileirou uma série de entrevistas e livros sobre o período, quando, intuitivamente, começou ali a fazer uma pesquisa daquela que seria a sua próxima personagem. Existe muita documentação impressa da vida e obra de Nara Leão.

Ao falar sobre a vontade de interpretar Nara, em uma conversa informal com Miguel Falabella, ele de imediato desejou criar o texto e, após uma semana juntos, ainda no período pandêmico, a primeira versão do espetáculo começava a ganhar forma.

Momentos e canções

No espetáculo, Nara aparece como se estivesse vindo de algum lugar do futuro – ou do passado – para compartilhar com o público algumas lembranças e reflexões. Através de um grande fluxo de consciência, o texto relembra momentos e canções da cantora sem preocupação com cronologias, datas ou qualquer outra formalidade, bem no estilo Nara, uma intérprete que sempre foi ‘fora da caixa’, quando esta expressão nem era tão usada assim.

Logo no início, ela mesmo diz que está de volta graças ao privilégio do teatro. ‘Quando eu tive vontade de fazer a Nara, falei com Miguel que sabia não ter mais a idade dela, mas ele logo disse que isso não tinha a menor importância. Eu não procuro imitar o seu jeito de falar ou cantar, existe uma liberdade em todo este processo, não poderia ser diferente com alguém que sempre foi tão livre’, reflete Zeze, que interpreta ao vivo alguns dos muitos sucessos da intérprete, como ‘A Banda’, ‘Corcovado’, ‘Marcha da Quarta-feira de Cinzas’, entre outros.

Com direção musical de Josimar Carneiro, cenário de Marco Lima e iluminação de Cesar Pivetti, o espetáculo perpassa os diversos estilos e movimentos dos quais Nara participou.

Em constante mutação, ela nunca se deixou rotular ou ficar presa a um determinado gênero: esteve no coração do nascimento da Bossa Nova, flertou com o Tropicalismo, participou dos festivais da canção, protagonizou o lendário show ‘Opinião’, com João do Vale e Zé Ketti (e foi quem escolheu a estreante Maria Bethânia para substituí-la), resgatou antigos compositores, cantou samba-canção, músicas de protesto, rock’n’roll e jovem guarda. A liberdade e a inquietação de Nara se refletiam, sem amarras, na sua criação artística.

No palco, as canções surgem para pontuar alguns dos momentos de uma vida que se confunde com a história do Brasil daquela época. Ao longo das cenas, alguns temas vem à tona, como a repressão sofrida no período da ditadura militar, o exílio, o avanço do debate feminista, a revolução comportamental das décadas de 60 e 70, a maternidade, os célebres casos de amor e as demais paixões da cantora.

Não é a primeira vez em que Zeze vai cantar em cena. Sua trajetória foi pontuada por alguns musicais, inclusive chegando a protagonizar uma versão de ‘A Noviça Rebelde’, em 1992. ‘As canções de Nara me acompanham há muito tempo, eu já sabia as letras de uma boa parte do repertório e agora o desafio foi justamente selecionar quais as músicas que entrariam na peça, já que ela produziu muito ao longo da vida e gravou sempre canções muito pertinentes e necessárias’, conta a atriz.

Uma amizade eternizada nos palcos

Zeze Polessa e Miguel Falabella se conheceram em 1979, na icônica montagem de ‘O Despertar da Primavera’, no Parque Lage, de onde despontaram uma série de outros nomes, como Maria Padilha, Daniel Dantas e Rosane Goffman. Desde então, dividiram o palco em espetáculos como ‘Mephisto’ e ‘O Submarino’, também com texto de Miguel. Em 1996, ela estrelou a premiada ‘Florbela Espanca – A Bela do Alentejo’, outro monólogo sobre uma personalidade feminina marcante (a poeta portuguesa Florbela Espanca), com direção dele. A trajetória da dupla se fortaleceu ainda nas novelas ‘Salsa e Merengue’ e ‘A Lua me Disse’, em que Miguel escreveu personagens especialmente para Zeze, além da turnê com ‘A Mentira’, em 2019, espetáculo que os reuniu novamente em cena.

Sinopse: Ao longo de toda a sua trajetória, Nara Leão (1942-1989) assumiu um compromisso intenso com a liberdade e se eternizou como uma das grandes personalidades brasileiras do século passado. Zeze Polessa revive agora o mito desta mulher pioneira, que marcou época, quebrou tabus, lançou modas e esteve no centro de movimentos como a Bossa Nova, o Tropicalismo, os grandes festivais, o resgate do samba e as canções de protesto durante a ditadura militar. Escrito e dirigido por Miguel Falabella, ‘Os olhos de Nara Leão’ traz de volta a cantora, que volta do passado – ou do futuro – para dividir com a plateia as suas lembranças e reflexões, além de reviver seus muitos sucessos radiofônicos, como ‘A Banda’, ‘Diz que fui por aí’, ‘Corcovado’ e ‘Marcha da Quarta-Feira de Cinzas’.

FICHA TÉCNICA

OS OLHOS DE NARA LEÃO

com Zeze Polessa

de Miguel Falabella

Assistente de direção: Erica Montanheiro

Direção musical, arranjos e produção musical: Josimar Carneiro

Cenografia: Marco Lima

Desenho de luz: Cesar Pivetti

Desenho de som: Arthur Ferreira e João Gabriel Mattos

Figurino: Nathália Duran

Visagismo: Marcelo Dias

Músicos (estúdio)

Bateria e percussão: André Boxexa

Piano e acordeon: Antônio Guerra

Violão: Josimar Carneiro

Contrabaixo: Pedro Aune

Saxofone, clarinete e clarone: Rui Alvim

Preparadora vocal: Mariana Baltar

Camareira: Maninha Xica

Operador de luz: Lucas Leicam

Operação de som: João Gabriel Mattos

Diretor de palco e microfonista: Douglas Fernandes

Comunicação

Gerente de comunicação, design e mídias digitais: Gigi Prade

Performance e pesquisa de conteúdo: Leila Guimarães

Concepção visual: Kelson Spalato

Fotógrafa: Priscila Prade

Audiovisuais: Gatu Filmes

Brica Braque Produções e MJC Polessa:

Direção de produção: Priscila Prade

Produção executiva: Fernando Trauer

Assistente de produção: Dani Agarelli

Assessoria jurídica: Andrea Francez

Produção e administração: Kelly Marietto

Idealização: Zeze Polessa

Realização: Brica Braque Produções e Polessa Produções

  • Realização

    Little Jhon  Entretenimento e Brica Braque
    Apoio: Teatro Univates 
     

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Última atualização: 04/07/2024 16:01:42
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