Apesar de não alcançar o nível do pomposo nome, o filme atinge o objetivo de qualquer manifestação artística: gerar reações em seu público. Dificilmente o espectador ficará indiferente a ele.
“Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil”. Essa é apenas uma (provavelmente a mais clara, enfática e didática) das preciosas lições que “Extraordinário” tem a oferecer. Isso sem desconsiderar outras virtudes, apesar de o filme não alcançar o nível do pomposo nome.
Baseado no livro homônimo de R. J. Palacio, o longa acompanha Auggie Pulmman (Jacob Tremblay, de “O Quarto de Jack”), garoto de dez anos que nasceu com uma grave deformação facial, prestes a enfrentar o desafio de abandonar o homeschooling para frequentar a escola regular e o convívio com os colegas da mesma idade.
Se é verdade que o argumento é uma catapulta fácil para a pieguice, não é menos verdade que o roteiro dribla essa armadilha para se aventurar em gêneros diversos e se tornar, em termos de saldo, um filme bem agradável (ainda que, talvez, prevaleça o drama). Evidentemente, o mote é o bullying sofrido por Auggie nas aulas: logo no primeiro dia, ele sofre o impacto, com sequências que reverberam de maneira tocante no público. Contudo, “Extraordinário” não se reduz a isso, tendo momentos de comédia (razoáveis) e de romance (fracos). No aspecto dramático, ao contrário do que se pode pensar, a película não tem um viés “soco no estômago”. Isso é um pouco pessoal, algumas pessoas têm maior sensibilidade, mas fica clara a intenção de não ser marcado como um filme que fez o público desidratar – ainda que, cabe ressaltar, tenha cenas com potencial avassalador.
Confira o trailer abaixo: