Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Referência no RS, Laboratório de Acarologia realiza capacitação com fiscais

Postado em 27/06/2017 08h59min

Por Nicole Morás

Espécies quarentenárias são aquelas que ainda não foram introduzidas em um país  e, caso sejam, podem acarretar danos econômicos a alguns cultivos. O controle é realizado nas fronteiras e nas alfândegas por fiscais. É justamente para esses profissionais que a professora Liana Johann palestra nesta terça-feira, dia 27, em um evento promovido pelo Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (RS) e pela Secretaria de Agricultura do RS, na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado - Embrapa em Vacaria.

De acordo com Liana, que é coordenadora interina do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis da Univates, o convite foi realizado pois o Laboratório de Acarologia da Instituição, situado no Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), é referência no estado. “O objetivo do encontro é capacitar os fiscais para que eles possam coletar, acondicionar e encaminhar para análise ácaros da espécie Raioella indica, uma praga que ataca palmeiras, coqueiros e bananeiras”, exemplifica ela.

A pesquisadora acrescenta que esse ácaro é originário da Ásia e deve ter sido introduzido na América pelo trânsito de alguma muda ou pelo movimento de massas de ar, como furacões. “O primeiro registro ocorreu no Caribe, em 2004, aparecendo em seguida na Venezuela, em 2007, e no Brasil em 2009. É uma praga presente nas regiões Norte e Nordeste do país devido às altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, porém há ocorrência de Raioella indica em Londrina, no Paraná. No Rio Grande do Sul, a preocupação é com a contaminação de bananeiras, especialmente no litoral norte”, contextualiza ela.

Liana lembra ainda que o ácaro também pode atacar coqueiros ornamentais. “Às vezes as pessoas viajam e gostam de trazer plantas como recordação, mas é preciso ter em mente que, ao se transitar com uma muda, há diversos seres vivos envolvidos, que podem causar impactos que não imaginamos”, acrescenta ela.

Saiba mais
A Raioella indica provavelmente é originária da Índia. Nesse país, o ácaro ataca apenas quatro espécies nativas. Porém, ao migrar para outras regiões, como a América, pode colonizar outras espécies. “Temos registro dessa praga em 95 espécies vegetais aqui no continente”, afirma Liana.

Texto: Nicole Morás

Raioella indica

Divulgação

Professora Liana Johann

Artur Dullius

Notícias Relacionadas