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Praga que ataca plantações de arroz é foco de estudo do PPGBiotec

Postado em 10/04/2017 16h35min

Por Nicole Morás

Entre os fatores que limitam a produtividade dos cultivares de arroz, ou que elevam os custos de produção, está a infestação das plantações por ácaros fitófagos que atacam as folhas do cereal e prejudicam o seu desenvolvimento. Por isso, a pesquisa "Caracterização fisiológica e molecular de plantas sob estresses ambientais e em associação com microrganismos", coordenada pelo doutor Raul Sperotto, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates, busca alternativas para o controle dessa peste, que inclusive integra a lista de pragas de arroz da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa).

Segundo Sperotto, são realizadas duas abordagens diferentes para tentar ir um pouco mais além nesse estudo. “Num primeiro momento estamos analisando cultivares de arroz plantadas no Rio Grande do Sul e verificando se há resistência nessas cultivares por meio de técnicas de proteômica. Outra estratégia é verificar se existe resistência em espécies selvagens de arroz, ou seja, aquelas que geraram as cultivares atuais”, explica o professor.

Ele observa que o arroz é uma planta que foi domesticada pelo homem e o que a pesquisa tenta buscar é a resistência ao ácaro em espécies selvagens de arroz. O objetivo é verificar se existe algum nível de resistência nessas espécies e analisar por que ela é resistente. “Talvez a resistência seja causada por apenas um gene, e esse gene (que não está presente no arroz cultivado atualmente) pode ser inserido por meio de transgenia ou melhoramento genético tradicional. Há muita diversidade nessas espécies selvagens que foram perdidas no processo de domesticação - então estamos tentando fazer o caminho inverso”, explica Sperotto.

No estudo primeiramente foi verificado o que o ácaro causa nas plantas de arroz quando elas estão com baixo nível de infestação, ou seja, quando há poucos ácaros nas folhas. ‘Foram identificadas diversas proteínas que podem ser usadas como uma forma de fazer o arroz ser resistente a esse ácaro. Esta é uma área que pretendemos explorar mais a fundo, verificando o que acontece com essas plantas quando essas proteínas são produzidas em grande quantidade”, acrescenta Sperotto.

Numa segunda etapa, buscou-se saber como a planta responde a altas infestações do ácaro. “Talvez a gente consiga identificar marcadores moleculares ou proteínas que possam ser alteradas ou modificadas para que a população de ácaros não aumente nessas folhas”, argumenta ele.

Essa pesquisa conta com a participação de uma doutoranda, uma mestranda, dois bolsistas de iniciação científica, além da colaboração dos professores Walter Beys da Silva e Lucélia Santi do PPGBiotec da Univates. São colaboradores da pesquisa ainda os professores Joséli Schwambach, da Universidade de Caxias do Sul; Felipe Ricachenevsky, da Universidade Federal de Santa Maria; a pesquisadora Janete Adamski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Mara Lopes, do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga); Markus Berges, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Vanildo Silveira, da Universidade Estadual do Norte Fluminense; e os pesquisadores internacionais John Yates e Mathieu Lavallèe Adam, da The Scripps Research Institute, dos Estados Unidos.

Saiba mais
O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais produzidos e consumidos no mundo. Metade da população mundial tem o arroz como principal fonte de carboidratos da dieta. O Brasil é o nono maior produtor mundial de arroz, com aproximadamente 13 milhões de toneladas por ano, sendo o maior produtor não asiático desse cereal. No estado do Rio Grande do Sul são cultivados anualmente em torno de um milhão de hectares com arroz irrigado, correspondendo a 62% da produção nacional dessa cultura.

Inscrições abertas
O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Univates (PPGBiotec) está com inscrições abertas para os cursos de mestrado e doutorado. A seleção para o mestrado receberá inscrições para até 16 vagas e para o doutorado são até quatro vagas. O início das aulas está previsto para 12 de agosto, ocorrendo nas sextas-feiras à noite e aos sábados pela manhã. Mais informações podem ser obtidas em www.univates.br/ppgbiotec, pelo e-mail ppgbiotec@univates.br ou pelo telefone (51) 3714-7037.

Texto: Nicole Morás

Folha de arroz atacada pelo fungo estudado no PPGBiotec da Univates

PPGBiotec

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