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Por que 2012 é o ano das cooperativas?

Postado em 20/06/2012 16h45min

Por Tuane Eggers

Considerado uma alternativa ao capitalismo e ao socialismo, o cooperativismo é um modelo socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social. É uma nova ordem econômica mundial, baseada em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade e solidariedade. E foi por acreditar nesse potencial que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o ano de 2012 como o “Ano das Cooperativas”.

Com o slogan “Cooperativas constroem um mundo melhor”, a ONU almeja fomentar o desenvolvimento e viabilizar ações que mostrem o cooperativismo como instrumento para geração de renda e, consequentemente, redução da pobreza. Atualmente, o setor reúne 1 bilhão de pessoas em mais de 100 países, além de responder pela geração de mais de 100 milhões de empregos e estar presente nos cinco continentes.

Conforme o professor Talis Alexandre de Souza, que ministra a disciplina de “Organização de Cooperativas” no curso de Administração de Empresas da Univates, as cooperativas são instrumentos da sociedade para alcançar os seus mercados-alvo, eliminando intermediários para gerar mais renda aos seus associados e, consequentemente, agregando mais desenvolvimento à comunidade em que está inserida. “Com esses valores, o cooperativismo está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável, à democracia e à educação”, afirma Souza, que trabalha em uma cooperativa de crédito há mais de dez anos.

Para ele, o Vale do Taquari é um ambiente propício ao desenvolvimento de cooperativas. “Na região existem cooperativas de quase todos os 13 ramos, entre eles: agropecuário, saúde, crédito, transportes e infraestrutura”, explica o professor. As pessoas podem apoiar o modelo cooperativista, segundo Souza, consumindo produtos e serviços das cooperativas locais, bem como associando-se a elas e incentivando um movimento que acredita no desenvolvimento regional.

 

Respirando o cooperativismo

A diplomada em Gestão de Micro e Pequenas Empresas, formanda de Administração de Empresas e pós-graduada em Gestão de Cooperativas da Univates, Évelin Luana Bittencourt, considera o cooperativismo uma das melhores formas de organização econômica e social. Após atuar em uma cooperativa de crédito, ela compreendeu a essência do movimento. “Nossas atitudes estão voltadas a ele, automaticamente preferimos consumir algo que seja de uma cooperativa”, explica.

Participar de sociedades cooperativas, ajudar as pessoas e promover ações solidárias são algumas das iniciativas que, segundo a estudante, tornam a sociedade mais justa e solidária. “Durante as aulas, não houve uma disciplina em que não falássemos sobre o cooperativismo. Por vezes, foram citadas algumas cooperativas da nossa região para fazermos relação da teoria com a prática em um determinado assunto”, conta.

Conforme o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (OCERGS), professor Vergílio Périus, há uma concentração de renda muito grande no Brasil e as cooperativas a descentralizam. “Cooperativas são sociedades de pessoas, não de capital. Estimulamos as pessoas a serem mais cidadãs”, comenta.

Para o presidente, o cooperativismo é uma alternativa ao modelo de mercado, na medida em que corrige seus defeitos, que são a concentração de renda e a falta de estrutura da democratização do poder. “Tendo consciência disso, as pessoas terão outro modelo de referência. É papel das universidades, da sociedade e, principalmente, dos sindicatos passar isso para a cultura da população”, completa Périus, considerando a alternativa uma forma de crescer na organização cooperativa do estado.

 

Texto: Tuane Eggers
 

Tuane Eggers

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