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Professora conta desafios de lecionar no Timor-Leste

Postado em 12/06/2012 09h35min

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A professora e socióloga do Centro de Ciências Humanas e Jurídicas (CCHJ) da Univates Shirlei Mendes da Silva foi selecionada para lecionar durante o ano letivo de 2012 na Universidade Nacional de Timor-Leste (UNTL). Ela envia notícias periódicas das atividades desenvolvidas nesse país.

 

Chegando à UNTL

A proposta de lecionar na Universidade Nacional de Timor-Leste, em Díli, Timor-Leste, surgiu em novembro de 2011, no Brasil. Até então, confesso que sabia muito pouco sobre a heroica história deste país. Comecei a ler sobre Timor e, quando cheguei aqui, no dia 07 de fevereiro de 2012, minha curiosidade era cada vez maior, pois o país tem uma cultura muito diferente da cultura ocidental.

Comecei a lecionar no curso de Ciências Governamentais, do Departamento de Ciências Sociais, em Caicole. Meu primeiro desafio, a língua. A maioria dos alunos pouco sabe de português e eu quase nada sei de tétum. Mas descobri, aos poucos, que as duas línguas oficias se conversam, ou seja, o tétum praça incorporou muitas palavras do português. Isto tem ajudado na comunicação em sala de aula. Creio que a flexibilidade do docente é fundamental para uma boa interação com os alunos. Desde minha primeira aula procurei privilegiar a comunicação e, com isso, o desafio foi dar conta do conteúdo proposto para o semestre.

Ainda é cedo para avaliar os resultados do primeiro semestre em sala de aula. Vejo a educação como um processo a médio prazo. Talvez até o final do ano possamos ter alguns resultados objetivos. Por enquanto, ainda temos muito trabalho pela frente. Nossos alunos aqui na UNTL precisam ler mais, estudar mais e precisam de melhores condições para isso, como, por exemplo, o acesso a dicionários e a livros em português. É preciso incentivarmos práticas de pesquisa e grupos de estudo, como, por exemplo, o trabalho do grupo de Estudos Timor-Brasil. Este grupo criado a partir de março do corrente ano é formado por docentes brasileiros e docentes e alunos timorenses, reunindo-se, quinzenalmente, na Sala de Encontros do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC) da UNTL. Temos feito belas discussões em português e, quem sabe, até o final do ano possamos registrar este trabalho em alguma revista científica.

Finalmente, parece que a Internet está chegando ao nosso câmpus, e isto facilitará a pesquisa e a conexão global dos alunos. Sinto-me muito feliz em participar deste processo e espero estar correspondendo às expectativas de nossos alunos e também dos docentes timorenses. Quero agradecer pelo convite para escrever no Jornal Solidariedade, do Peace Center, e elogiar o esforço e a iniciativa dos alunos voluntários que trabalharam para a edição desse importante veículo de comunicação discente.

 

Shirlei Mendes da Silva

de Díli, Timor-Leste

Shirlei Mendes da Silva

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