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Tecnologia e saúde: uma relação que dá certo

Postado em 06/12/2017 10h33min e atualizado em 06/12/2017 10h43min

Por Artur Dullius

A Anatomia, como ciência básica, é uma das primeiras disciplinas cursadas por estudantes da área da saúde. O estudo dos ossos marca o contato inicial do acadêmico com essa nova área da ciência, e por isso é comum que apresentem dificuldades na aprendizagem. Estudante do curso de Engenharia da Computação, Cassiano Weissheimer desenvolveu um aplicativo com o objetivo de mudar essa realidade. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ele fez uso da Realidade Virtual para representar a estrutura óssea do corpo humano de uma forma diferente.

Artur Dullius

Com o uso do app e de um óculos de Realidade Virtual é possível visualizar  três estruturas ósseas: o crânio, a caixa torácica e o braço. Guiado por um cursor central no cenário, o programa garante ao usuário a identificação do nome de cada osso, rotacionando os elementos livremente.

Para desenvolver algo voltado à estrutura óssea, tive que buscar livros sobre o assunto e encontrar objetos 3D em formato compatível com o projeto, integrando os conhecimentos de informática a uma área que até então pouco conhecia
Cassiano Weissheimer, acadêmico de Engenharia da Computação

A ideia de trabalhar com a relação entre o homem e a máquina veio do orientador Fabrício Pretto. Recentemente, o acadêmico realizou o processo de validação do aplicativo com 20 estudantes do curso de Fisioterapia da Universidade e obteve resultados positivos. “Existem lacunas dentro dessa área que podem ser preenchidas por soluções tecnológicas, como a Realidade Virtual e Aumentada. Esses alunos já passaram pela aprendizagem desses elementos, então têm condições de dizer se o app está condizente com a literatura para posteriormente ser utilizado como auxílio nos processos de ensino”, conta Pretto.

Para o professor do curso de Fisioterapia da Univates, Eduardo Sehnem, o estudo da Anatomia pela Realidade Virtual pode contribuir para a aprendizagem de várias formas. Segundo ele, a imersão do estudante em um ambiente simulado contribui diretamente para que este foque o objeto de estudo. “Nossos estudantes são diferentes daqueles de uma década atrás. Estimulá-los pelas novas tecnologias em ambiente de aula contribui para a formação de um vínculo mais forte com suas realidades, dando significado à aprendizagem. No caso dos ossos, a possibilidade de gerar rotacionar o objeto permite que o estudante visualize a estrutura em vários planos”, afirma Sehnem.

Artur Dullius

O estudo durou cerca de um ano e meio. Segundo Weissheimer, a ideia é que agora o aplicativo seja disponibilizado ao estudantes. “Achei muito legal e interessante ver o app que eu desenvolvi auxiliar outras pessoas, fiquei muito feliz com isso. Nem tudo que imaginei no começo do projeto consegui implementar na prática, mas fiquei satisfeito com o resultado final”, garante.

Conforme explica Sehnem, atualmente avanços significativos na ciência ocorrem somente mediante a integração entre diferentes áreas. Para ele, a área da saúde como um todo depende muito das áreas tecnológicas para progredir em alguns campos.

É fundamental a iniciativa da comunidade acadêmica na busca da aproximação. É uma grande satisfação toda vez que podemos ver nossos estudantes tornando isso uma realidade. Todos são beneficiados com a aproximação interdisciplinar: a comunidade acadêmica em um primeiro momento, e posteriormente a sociedade como um todo
Eduardo Sehnem, professor do curso de Fisioterapia