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Professor da Univates realiza imersão em instituições da Europa

Postado em 22/08/2017 13h56min

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O professor da Univates Eloni José Salvi realizou recentemente o seu Período Sabático, com duração de seis meses, com o objetivo de fazer uma imersão nos programas de inovação e empreendedorismo de duas universidades europeias parceiras da Univates. Confira entrevista sobre a sua experiência na Espanha e em Portugal.
 
Quais foram as instituições visitadas?
 
A primeira foi a Universidad Miguel Hernández (UMH), de Elche, Espanha. É uma universidade pública, pertencente à Comunidade Valenciana. Localiza-se em uma região semiárida, na costa do Mediterrâneo. A cidade tem sua economia baseada principalmente na indústria do calçado. A segunda foi o Instituto Politécnico de Leiria (IPL), em Portugal. É um tipo de universidade de ciências aplicadas, mantida pelo poder público. É um município de perfil agropecuário, mas que abriga importante polo da indústria do vidro, e é o principal produtor mundial de moldes para a indústria de plásticos. Ambas as universidades possuem tamanho similar ao da Univates.
 
Quais foram os programas conhecidos?
 
Na UMH participei de um programa de criação de empresas, que eles chamam de Sprint de Criação de Empresas, com duração de noventa dias. O programa contempla capacitação, mentoria, tutoria e suporte, para que os empreendedores qualifiquem os seus modelos de negócios e, ao final do processo, criem novas empresas. O programa é amparado por um sistema de inovação de empreendedorismo com todos os atores necessários para que os empreendimentos tenham sucesso. Além da UMH ter uma incubadora, um parque tecnológico, desenvolver tecnologia de ponta em algumas áreas e ter uma equipe multidisciplinar de apoio aos empreendedores, a cidade e a região possuem instrumentos públicos de financiamento, investidores de risco (aceleradoras, investidor anjo etc.), especialistas, reconhecidos nacionalmente, como suporte aos novos negócios nas áreas de modelagem de negócios, finanças, legislação e marketing digital, por exemplo.
 
Também contam com forte apoio das empresas locais, que participam com patrocínios ao programa e investem nos novos negócios que se alinham com suas atividades. Já criaram desde empresas com  tecnologias inovadoras para o ramo calçadista, novas tecnologias e equipamentos para a área da saúde e alimentação até uma empresa de lançamento de foguetes espaciais. No IPL tive a oportunidade de acompanhar as atividades de dois institutos voltados ao desenvolvimento de novos produtos. O primeiro, dedicado à exploração de recursos do mar, já desenvolveu, sempre em parceria com empresas, diversos produtos alimentícios hoje presentes no mercado.
 
O outro é voltado ao desenvolvimento rápido de produtos voltados principalmente às áreas médica e das indústrias do vidro e do plástico. Desenvolvem desde novos materiais para a produção aditiva (impressoras 3D) até equipamentos completos utilizados na área da saúde. A participação das empresas na criação de novos produtos é expressiva, mas ainda carecem de um sistema formal e regular de criação de novos negócios. Em ambos os complexos, há investimentos vultosos em estrutura, equipamentos e pessoal, permitindo fazer pesquisa e desenvolver produtos de última geração.
 
No que esses ambientes se diferenciam do que temos na Univates e no RS?
 
Nos dois países, os grupos de pesquisa possuem maior disponibilidade de recursos públicos do que temos em nosso Estado e país. Além disso, eles contam com uma disponibilidade de engenheiros e cientistas muito mais expressiva do que nós. Enquanto no Brasil temos por volta de 400 engenheiros e cientistas por milhão de habitantes, em Portugal são cerca de 4.000 e na Espanha é próximo disso. O ecossistema de inovação também é mais bem estruturado, com todos os atores necessários para dar suporte aos novos negócios. Quanto a incubadoras e parques tecnológicos, creio que o nosso Estado esteja tão bem abastecido quanto eles. Por fim, as empresas de lá estão mais acostumadas a trabalhar em conjunto com as universidades e investem mais em atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e inovações de startups.

Divulgação

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