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O futuro do trabalho

Postado em 21/02/2017 08h57min

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Por Daniel Lehn, Cláudio R. do Rosário, Manfred Costa, Ricson de Souza e Evandro Franzen, professores do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Univates
 
O avanço das tecnologias e o aumento na velocidade da transferência de informação ao longo do tempo provocaram diversas mudanças nos setores produtivos e no mundo de forma geral, influenciando e mudando comportamentos e hábitos, criando e destruindo modismos, criando e extinguindo profissões. A comprovação desse fato está nas diferentes revoluções industriais que já ocorreram, colocando em pauta a nova revolução industrial, indicada como aquela que gera a chamada indústria 4.0.
 
Na transição da terceira para a quarta revolução industrial, os já conhecidos conceitos da quarta revolução ainda carecem de aplicação. Não diferente, há mais de dois séculos, transformou-se energia em força mecânica, com caldeiras e máquinas a vapor, que foram acopladas a sistemas mecânicos e tecnologias de transmissão. A primeira revolução industrial transformou as indústrias manufatureiras, com destaque no setor têxtil e nos modos de transporte fluvial e por meio de ferrovias.
 
No século XIX, novos avanços: a eletricidade e a química marcaram a segunda revolução industrial, permitindo o desenvolvimento de motores elétricos e motores a combustão, do telégrafo sem fio e do rádio. Além dos avanços tecnológicos, também o sistema de produção em massa, com alta produtividade e de menor custo, muda as relações econômicas e sociais. Na segunda metade do século XX, a eletrônica, os circuitos integrados e os microchips propiciaram o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado e novos modos de comunicação e de produção, marcando a terceira revolução industrial, criando a dependência da informática por parte das empresas e o avanço exponencial da internet, aliados à rápida evolução da robótica.
 
É importante destacar que a evolução na área de ciência dos materiais, com componentes cada vez menores e com grande capacidade de armazenamento de informação, influi no progresso tecnológico, destacando-se as áreas de nanotecnologia e nanoeletrônica, que conferem propriedades específicas, possibilitando dispositivos eletrônicos cada vez mais compactos e com altíssimo desempenho, como os celulares, tablets e outros.
 
Equipamentos conectados gerando informações que podem ser analisadas e acompanhadas de forma imediata marcam a realidade de muitas organizações. O foco em processos, na automação e integração das diferentes atividades executadas na empresa é outra característica. Já não basta utilizar sistemas que permitem registros dos dados, servindo de apoio à tomada de decisões, essas aplicações devem ser proativas, orientando a execução de atividades.
 
Por exemplo, um software pode perceber que alguém já deveria ter realizado uma atividade e encaminhar a tarefa para outra pessoa ou executá-la automaticamente, de acordo com determinadas condições predefinidas. Em relação à comunicação interna nas indústrias, estudos emergentes na área da gestão do conhecimento demonstram avanços sobre os mecanismos de aquisição, manipulação e transferência do conhecimento, sobretudo no que tange ao “know how”. A literatura aponta para a necessidade de um profissional que assuma a função de “engenheiro do conhecimento”, o qual será responsável pelo processo de transferência de conhecimentos entre os colaboradores das organizações, garantindo a aprendizagem organizacional e a retenção do conhecimento. Outra vertente alinhada ao novo paradigma da comunicação está na evolução dos Sistemas de Apoio da Decisão (SADs), como os algoritmos denominados “Aprendizagem de Máquina”.
 
A inteligência artificial (AI) e o futuro das profissões
Como as tecnologias relacionadas à AI vão mudar e já estão mudando diversas profissões e empresas
 
Há décadas a Inteligência Artificial gera expectativas e projeções sobre o seu impacto e a criação de robôs, humanoides e sistemas inteligentes, porém é pouco provável que em um futuro próximo iremos conviver com computadores que pensam e realizam atividades da mesma forma que os humanos.
 
A utilização das tecnologias associadas à IA na internet e nos sistemas organizacionais é, entretanto, uma realidade que cresce a cada dia. Aplicações capazes de analisar o perfil de usuários, reconhecer objetos e pessoas em imagens, analisar atividades e sugerir produtos são amplamente usadas por gigantes como Google, Amazon, Facebook ou por grandes redes de venda. Nos anos recentes, percebe-se que esses sistemas têm grande capacidade de aprender e se adaptar, ou seja, podemos afirmar sem exagero que eles estão ficando mais inteligentes.
 
O uso desses sistemas já traz impactos diretos no mercado de trabalho e nas profissões. A ampliação dos sistemas de venda pela web e a possibilidade de coletar um volume imenso de dados sobre os usuários geram mudanças na forma de comercializar e produzir produtos. Lojas físicas com produtos expostos e vendedores humanos vêm perdendo espaço para suas concorrentes virtuais. Tecnologias que permitem escolher e experimentar produtos de forma virtual já estão disponíveis.
 
As linhas de produção serão moldadas a partir das análises de perfis de consumo, de tendências indicadas pelos aplicativos que utilizam mineração de dados e Big Data. Uma mudança no processo ou no produto poderá ser sugerida de forma rápida quando uma tendência for constatada por esses sistemas. As empresas poderão se adaptar e tirar proveito de um fenômeno ou viral do momento na web ou detectar humores e comportamentos coletivos para lançar produtos ou serviços.
 
Esta matéria faz parte da edição nº3 da Revista Univates. A versão digital pode ser conferiada aqui.

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