Utilizamos cookies neste site. Alguns são utilizados para melhorar sua experiência, outros para propósitos estatísticos, ou, ainda, para avaliar a eficácia promocional do nosso site e para oferecer produtos e serviços relevantes por meio de anúncios personalizados. Para mais informações sobre os cookies utilizados, consulte nossa Política de Privacidade.

Tecnologia a favor do aprendizado da leitura

Postado em 30/12/2016 14h

Por Artur Dullius

Em algum momento você já se flagrou lendo algum texto sem compreender nada? A chamada “leitura mecânica” afeta cada vez mais a vida das pessoas, influenciadas por uma rotina que exige a realização de diversas atividades ao mesmo tempo. A dificuldade de compreensão e interpretação textual é visível, principalmente em parte dos jovens estudantes que ingressam em universidades cercados por um mundo de tecnologias.
 
Na Univates, uma pesquisa é desenvolvida buscando utilizar justamente a tecnologia para melhorar a compreensão leitora. O estudo foi produzido em cooperação por professores, estudantes e bolsistas da Instituição, entre eles Aline Diesel, mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino. Segundo a pesquisadora, foram desenvolvidos dez objetos digitais de aprendizagem, com apoio do software Hot Potatoes. Os instrumentos aliam texto e imagem em uma aprendizagem interativa, buscando o ensino de estratégias de compreensão leitora.
 
“O grande diferencial dessa proposta é que, quando o estudante interage com as atividades, são gerados feedbacks que o auxiliam a tomar consciência das estratégias adequadas para compreender o texto, promovendo, assim, o desenvolvimento da competência leitora com autonomia”, afirma Aline.
 
O trabalho foi desenvolvido com alunos do 8º ano de uma escola privada da região, sendo as atividades divididas em quatro etapas. Durante o primeiro momento foi realizada a aplicação de um pré-teste cloze, baseado em um texto que a cada cinco palavras há uma lacuna a ser preenchida com algum termo. No segundo e terceiro momento os estudantes interagiram com os objetos propostos pela pesquisadora. Após isso, o teste foi realizado novamente, como forma de avaliar o desenvolvimento dos jovens frente à compreensão leitora.
 
Os resultados permitiram verificar a eficiência dos objetos trabalhados. “A nota média no pré-teste foi de 47,5 e a nota média no pós-teste foi de 49,5. Isso mostra que houve uma evolução, claro que pequena, mas foram apenas dois encontros realizados. Se o professor trabalhar as estratégias de leitura desde as séries iniciais, o resultado será visível quando o estudante ingressar no Ensino Superior”, afirma Aline. 
 
A pesquisadora lembra ainda que, na Prova Brasil - processo que avalia a compreensão leitora de estudantes -, o país possui média dois de nove possíveis. “Hoje se fala muito na hora da leitura - período fixo destinado à leitura em sala de aula -, mas ter esse momento não significa que os estudantes estão de fato aprendendo a ler. Com a utilização das estratégias de compreensão ele passa a ter um autocontrole e, assim, a tirar proveito melhor dessas oportunidade”, pontua.
 
O estudo faz parte do projeto “Mestrados para a Formação de Docentes: um Lócus de (Re)Construção e de Aprendizagem”, que conta com a orientação da professora Silvana Martins e apoio do eixo Linguagem e Tecnologias, do projeto de extensão Veredas da Linguagem, ao qual estão vinculadas as professoras Kári L. Forneck e Grasiela K. Bublitz. Os objetos digitais utilizados estão disponíveis em www.univates.br/roau.
 
Texto: Artur Dullius
Hora da leitura é comum entre os jovens estudantes

Ana Amélia Ritt

Notícias Relacionadas