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Pesquisa do PPGBiotec estuda alternativas para adição de fertilizantes

Postado em 28/09/2016 09h11min

Por Nicole Morás

A  prática da inoculação de micro-organismos em leguminosas é uma alternativa para o uso de fertilizantes em plantações. Essa técnica é objeto de estudo da pesquisa “Isolamento e caracterização de Rizóbios promotores de crescimento de plantas de feijão”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates. Esta pesquisa consiste em isolar do ambiente bactérias não patogênicas, popularmente conhecidas como rizóbios, e inoculá-las em plantas de feijão, com o objetivo de melhorar o desenvolvimento das plantas, de forma mais barata e gerando menos impacto ambiental.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, doutora  Camille E. Granada, o feijão é uma planta promíscua, uma vez que ela se associa a diversas  espécies bacterianas. “Assim, nosso objetivo é selecionar aquelas que estabelecem uma simbiose eficiente com plantas de feijão extinguindo a necessidade de adubação nitrogenada. A primeira etapa da pesquisa já foi concluída e nela selecionamos dois isolados de rizóbios altamente eficientes em associação com as plantas de feijão. Foi possível perceber que as plantas inoculadas  possuem mais nutrientes do que aquelas que não foram inoculadas”, explica Camille. O próximo passo será observar o efeito benéfico da inoculação em plantas crescidas em  campo.

Em termos econômicos, Camille afirma que o gasto com a inoculação de leguminosas em um hectare de plantação pode ficar entre R$ 10,00 e R$ 20,00 - demandando a mesma área um investimento de até R$ 1.000,00 na utilização de fertilizantes nitrogenados. A eficiência da inoculação pode ser vista em plantações de soja, sendo a maioria delas inoculada. Essa prática, “além de segura e ecologicamente correta, também gera economia para os produtores”, avalia ela.

A pesquisadora acrescenta ainda que também está no estágio inicial de uma pesquisa para verificar se o incremento de nutrientes já observado nas plantas de feijão é repassado aos grãos. Caso isso seja confirmado, “iniciaremos um trabalho em escala molecular”, acrescenta ela.  Mais informações sobre o PPGBiotec podem ser obtidas em www.univates.br/ppgbiotec, pelo e-mail ppgbiotec@univates.br ou pelo telefone (51) 3714-7037.

Inoculação
De acordo com Camille, a prática da inoculação proporciona o melhor desenvolvimento da planta e uma grande economia com a adubação nitrogenada. “A planta responde como se tivesse sido adubada. Além de reduzir o custo da produção sem prejudicar o rendimento da plantação, também tem um valor ambiental muito forte, pois os fertilizantes nitrogenados são feitos a partir da queima de combustível fóssil”, comenta.

Meio ambiente
Conforme a professora, a prática reduz a eutrofização dos rios e córregos que estiverem próximos das plantações. A eutrofização trata-se de um corpo de água que adquire altos níveis de nutrientes proliferando a população de algas que consomem todo o oxigênio dissolvido no ambiente aquático, provocando a mortandade dos peixes. “Futuramente, o projeto visa a trabalhar com extensão, promovendo um trabalho conjunto entre a Univates e os pequenos produtores da região”, completa Camille.

Outras pesquisas
Outra pesquisa orientada pela Dra. Camille Granada é sobre a biodegradação de corantes têxteis e alimentares. “Estudamos bactérias que possam biodegradar esses resíduos de forma que o produto final não seja tóxico”, explica Camille. 

Inscrições abertas
Estão abertas, até o dia 12 de novembro, as inscrições para o processo de seleção do mestrado e do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates. A seleção contempla até 12 vagas para o doutorado e 27 para o mestrado. Os interessados poderão atuar nas áreas de concentração em Biotecnologia Agroalimentar e Biotecnologia em Saúde. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail ppgbiotec@univates.br ou pelo telefone (51) 3714-7037.

Texto: Nicole Morás

Tuane Eggers

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