“A gente se sente tão feliz que vocês vieram, até parece dia de festa”. Com essas palavras de Dalvanira Fernandes de Souza, uma das líderes do assentamento rural de Montanhas, os rondonistas da Univates e da Faculdade São José foram recebidos no local na última quinta-feira, dia 21. Carinhosamente chamada de dona Dalva, ela conta que foi um prazer receber os universitários, pois trouxeram muitas alegrias às pessoas.

Diversas ações em prol da comunidade do assentamento foram realizadas durante o dia. Entre as atividades esteve a instalação de um tubo de concreto para melhorar a qualidade da água no local, que é retirada diretamente da terra para consumo, não sendo encanada nem recebendo tratamento. Parte desse trabalho foi viabilizado a partir de doações feitas por empresas do município.

O coordenador do Projeto Rondon na Univates, Rafael Rodrigo Eckhardt, explica que o grupo ainda apresentou a proposta de um filtro doméstico, outra medida para melhorar a qualidade da água consumida. Além disso, explicações sobre escovação de dentes para as crianças, produção de repelente natural, armadilha para moscas, conversa sobre animais peçonhentos e técnicas agroecológicas para produção de alimentos, jogos educativos e sessão de cinema também fizeram parte da programação.

Para Eckhardt, o acolhimento e a autoestima positiva dos assentados merecem destaque, pois mesmo com toda a dificuldade de vida que eles têm, por estarem há mais de 10 anos tentando fixar moradia e conseguir uma propriedade para plantar e produzir seu alimento, possuem uma visão muito otimista da vida. “Senti que eles ficaram muito contentes e satisfeitos em abrir a área do assentamento para que os rondonistas conhecessem a vida deles e por permitir a troca de informações e perpectivas de vida. Foi um encontro que somente o Projeto Rondon poderia oportunizar, aumentando ainda mais as marcas positivas desse projeto nas lembranças dos estudantes”, ressalta.

Thiago de Ávila  Medeiros, coordenador do projeto na Faculdade São José, salienta que conhecer o assentamento foi uma experiência ímpar, tanto nos âmbitos acadêmico e profissional quanto na sua vida pessoal. Para ele, a possibilidade de compartilhar conhecimento com um movimento social engrandece e auxilia na ruptura de barreiras e preconceitos, buscando um bem comum, que é melhorar a qualidade de vida dos assentados.

Saiba mais sobre o MST
Organizado em 24 Estados do Brasil, o Movimento Sem Terra, mais conhecido como MST, já permitiu que cerca de 350 mil famílias conquistassem suas terras por meio da organização dos trabalhadores rurais. Os membros do MST lutam em busca de justiça quando se trata de distribuição de terras. Após o assentamento, as famílias permanecem organizadas no MST, pois a conquista da terra é apenas o primeiro passo para a realização da reforma agrária.

Texto: Bruna Lais Alves/Projeto Rondon Univates