Faltaram vagas e sobrou público interessado em participar da palestra “Energia solar para um mundo melhor”, proferida pelo engenheiro elétrico e professor Luis Maccarini, na noite da segunda-feira, dia 08, no auditório do Prédio 11 da Univates.

No início da sua fala, Maccarini destacou que é preciso olhar o mundo com outros olhos e utilizou o Castelo de Praga como exemplo. “Essa estrutura é do século IX, existe há mais de 1.100 anos. Os marceneiros que construíram essa obra utilizaram madeiras duráveis para que ficasse um legado, um ideal às futuras gerações”, destacou o engenheiro, observando que, atualmente, a crise ambiental se dá porque não há uma visão de deixar essa herança.

Ele ressaltou ainda que a sociedade polui o meio ambiente e precisa de outros recursos para preservá-la. “Não conseguimos viver num mesmo local por mais de uma geração, pois contaminamos o que está ao nosso redor. Estamos desconectados com a natureza, que sobrevive com a energia solar”, enfatizou Maccarini, que usou como comparativo a dependência do sol para secagem de roupas. “Imaginem utilizar a secadora de roupas todos os dias?”, indagou.

Uma proposta do palestrante para a melhor utilização da energia solar é a instalação de painéis fotovoltaicos - chapas de metal que colocadas no sol geram energia gratuita - que podem ser instalados em prédios comerciais e residências, e já são utilizados em outros países. “A Alemanha possui 40% menos energia solar que o Brasil e possui esse sistema há muitos anos. Na Califórnia esse método distribui energia a 650 casas. Aqui no Rio Grande do Sul, abrem-se crateras e queima-se o carvão e o enxofre vai diretamente para a atmosfera, e, ainda, essas aberturas recebem o lixo da nossa casa”.

Maccarini também relatou sobre uma visita sua a um grande empresário. “Divulguei a opção de instalação dos painéis em sua empresa e ele achou o investimento (R$ 100 mil) muito alto. Porém, ele possui um carro com valor muito maior que já desvalorizou. Gastar em um automóvel só para status pode?”, questionou ele, que ainda disse que esse conceito de sociedade capitalista está levando o planeta pelo ralo. “Temos que nos conscientizar que isso é importante para as futuras gerações e lutar com o poder público”.

No encerramento, o palestrante, juntamente com a participação dos presentes, destacou que as leis brasileiras possuem outros interesses e, por isso, o sistema sustentável, muitas vezes, é barrado. “São as corporações que controlam os governos e elas têm poder porque compramos delas. Os políticos estão a serviço das multinacionais. Um comparativo é a venda de bebidas nos jogos da copa do mundo. Quanta gente vai brigar, se acidentar? E os 'caras' não estão nem aí. Querem vender bebida. Depois, quem paga a conta é o SUS”, destaca o palestrante que acrescentou: “Não podemos esquecer que o governo vem da gente, por meio do nosso voto, para vereador, deputado, enfim”, encerrou.