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Acordo Ortográfico tem início adiado por mais três anos

Postado em 23/01/2013 09h10min

Por Tuane Eggers

A obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa, assinado em 2008 e previsto para entrar em vigor em 2013, foi adiada para o início de 2016. Após o decreto da Presidenta Dilma Roussef, legalmente ainda valem as duas normas, porém, o indicado é que as novas regras já sejam utilizadas para serem mais facilmente assimiladas pelo uso. Na Univates, desde 2009, as orientações já propõem a adoção das novas medidas ortográficas no cotidiano acadêmico.

Segundo o Ministério da Educação, o Brasil é o país que mais avançou na implantação do acordo entre os oito países que assinaram o documento. Mesmo assim, a decisão foi alinhar o cronograma brasileiro com o de outros países, entre eles Portugal. 

Conforme a coordenadora do Curso de Letras e professora de Língua Portuguesa da Instituição, Marlene Isabela Bruxel Spohr, na Univates ainda valem as duas normas, mas segue-se com a recomendação de uso das regras do novo acordo. “O que se percebe é que a tendência é a adoção da nova norma ortográfica, uma vez que a imprensa e demais publicações, além do próprio corretor ortográfico de textos digitais, orientam-se pelo novo acordo, o que facilita a adesão às novas regras”, explica.

Para ela, o período de transição é uma forma de os usuários da Língua Portuguesa assimilarem as mudanças de forma natural, adequando-se a elas como força do hábito. “Por isso, a vantagem de seguir as regras já no período de transição. Por outro lado, como se trata de um acordo de uniformização de regras, assinado por mais sete países além do Brasil, com acentuadas diferenças culturais, é difícil a unanimidade para concretizá-lo”, afirma Marlene.

Segundo a professora, nos próximos três anos ainda podem ocorrer novos ajustes, a desistência de alguns países e nova prorrogação de prazo, resultando no enfraquecimento dos objetivos do acordo. “Aqui no Brasil, como já nos adequamos às novas regras, dificilmente vamos voltar ao acordo de 1990. Porém, o novo acordo, acompanhando a tendência de simplificar mais as regras da língua, pode sofrer mais ajustes, pois há exceções sem muita lógica que continuam”, ressalta. Como exemplo, ela cita o acento diferencial do verbo “pára” e da preposição “para”, que foi abolido. No entanto, permanece o acento diferencial do verbo “pôr” e da preposição “por”, além do acento no tempo pretérito perfeito “pôde” e no tempo presente do indicativo “pode”. “Enfim, vale frisar que a língua reflete a cultura dos seus falantes, inclusive na sua estrutura e regras. Por isso, é difícil e até incoerente estabelecer mudanças por decreto, pois não vingam se não fizerem sentido ou não facilitarem o uso”, completa a professora.

 

Texto: Tuane Eggers

Novo acordo ortográfico entrará em vigor em 2016

Tuane Eggers

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