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Grupo de pesquisas em Ecologia conta com publicações internacionais

Postado em 08/01/2013 16h47min

Por Tuane Eggers

Numa época de crescente desmatamento e extinção de diversas espécies de fauna e flora, a Ecologia é um ramo das Ciências Biológicas de extrema importância, pois estuda os seres vivos e suas interações com o ambiente em que vivem. Esse é o objetivo do Setor de Ecologia e Sensoriamento Remoto da Univates, coordenado pelo professor doutor Eduardo Périco, que trabalha com a observação de espécies animais e vegetais.

A grande área do projeto de pesquisa é a Ecologia, mas existem diversas vertentes nos estudos da equipe, como anfíbios, libélulas, aves, e um estudo na mata ciliar das margens do Rio Taquari. A área de anfíbios, por exemplo, já conta com duas publicações em uma revista internacional especializada, a FrogLog.

Conforme o biólogo diplomado pela Univates e pesquisador do grupo, Samuel Renner, as publicações foram relacionadas a duas espécies endêmicas de anfíbios, que existem apenas em determinadas regiões. “Uma delas, a Melanophryniscus admirabilis, foi descoberta em 2006 por uma equipe da Univates, coordenada pelo professor Hamilton Grillo, e existe apenas na região de Arvorezinha. É uma espécie restrita a uma pequena área em margem de rio”, explica.

Já a outra espécie, a Melanophryniscus macrogranulosus, foi descoberta em 1973 e considerada extinta há algum tempo. Ela foi redescoberta pela equipe, em 2010, no norte do Rio Grande do Sul, no município de Maquiné. “Mantive contato com um pesquisador americano e conseguimos as publicações nessa revista”, destaca Renner. Conforme o biólogo, ambas as espécies são consideradas muito raras e vulneráveis pela lista daInternational Union for Conservation of Nature (IUCN), organização internacional dedicada à conservação dos recursos naturais.

As publicações foram feitas no início deste ano. Segundo Renner, a revista FrogLog é trimestral e a cada edição concentra-se em uma região do mundo. A primeira edição de cada ano é focada na região neotropical. “Agora, a UFRGS está dando prosseguimento a essas pesquisas e fazendo planos de sobrevivência para essas espécies em extinção”, afirma. Conforme o aluno, a espécie encontrada em Arvorezinha está em situação de risco pelos planos de construção de uma represa, que prejudicará o ambiente em que vive, a margem do rio.

 

Pesquisas estudam outras espécies e sua influência na qualidade da água

Outra área de estudos que conta com publicações é a de libélulas, que também está sob responsabilidade do biólogo Samuel Renner. “No meu trabalho, elas foram utilizadas como indicadores ambientais. É uma metodologia desenvolvida por um professor da Suécia, que foi adaptada de acordo com as condições climáticas do Brasil”, explica.

O foco da pesquisa é descobrir espécies que possam servir como indicadores de qualidade do ambiente. Das 34 espécies já encontradas pelo biólogo, nove podem ser consideradas dessa forma.

A pesquisa também integra um projeto maior, que busca verificar a influência da mata ciliar e sua diversidade de espécies na qualidade da água. O grupo realiza uma comparação de áreas preservadas e outras degradadas ao longo da margem do rio Taquari, em diversos municípios. “O que vai indicar a qualidade da água é a presença de algumas espécies. Por exemplo: larvas de insetos aquáticos, libélulas, aves, anfíbios, borboletas, entre outros”, ressalta outra aluna envolvida na pesquisa, Camila Schmidt, que é acadêmica de Ciências Biológicas.

Resumindo, o trabalho consiste em um levantamento de bioindicadores de qualidade ambiental na mata ciliar do Rio Taquari. A ideia é incluir várias áreas nesse projeto maior. Inclusive, a equipe do Laboratório de Micropropagação de Plantas também está envolvida nas análises da flora desses locais.

 

Estudo observa aves em florestas de Mata Atlântica do RS

Mais uma pesquisa vinculada ao Setor de Ecologia e Sensoriamento Remoto da Univates foi tema da dissertação de mestrado de Luciane Mohr, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD). Ela estudou a presença de aves em fragmentos da floresta ombrófila mista – um tipo de floresta do Rio Grande do Sul que possui características de Mata Atlântica e conta com a presença de araucárias.

Durante sua pesquisa, foram encontradas 125 espécies de aves, das quais duas estão ameaçadas de extinção – Leptasthenura setaria eXanthopsar flavus. “A primeira, por ser totalmente dependente da araucária. Ela vive, se alimenta e se reproduz nessa árvore, também ameaçada pelo desmatamento. Já a segunda espécie depende muito da heterogeneidade vegetal de áreas de campo e banhado, onde se alimenta e se reproduz”, destaca. Este é o primeiro registro de Xanthopsar flavus para a região, destacando a importância de tais estudos para o conhecimento e preservação da biodiversidade.

O projeto integra um estudo maior da bacia hidrográfica do Rio Forqueta. Além dos alunos e professores citados, o Setor de Ecologia também conta com a colaboração dos biólogos Diego Dalmolin e Luana Kerber, da aluna do mestrado em Ambiente e Desenvolvimento Laura Barbieri e da aluna de Ciências Biológicas Patrícia Zampol.

 

Texto: Tuane Eggers

Estudo de aves é uma das vertentes da pesquisa

A espécie Melanophryniscus admirabilis foi descoberta em 2006 por uma equipe da Univates

Estudo de aves é uma das vertentes da pesquisa

Luciane Mohr

Estudo de aves é uma das vertentes da pesquisa

Luciane Mohr

Estudo de libélulas é uma das vertentes da pesquisa

Samuel Renner

Estudo de aves é uma das vertentes da pesquisa

Luciane Mohr

A espécie Melanophryniscus macrogranulosus foi descoberta em 1973 e considerada extinta há algum tempo

Samuel Renner

A grande área do projeto de pesquisa é a Ecologia, mas existem diversas vertentes nos estudos da equipe

Luciane Mohr

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