Nesta segunda-feira, dia 27, o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) realizaram, na Univates, a entrega do I Prêmio Comung/BRDE de Empreendedorismo em Empresas Incubadas. Os projetos selecionados nesta primeira edição traziam iniciativas empreendedoras originais, inovadoras e de grande impacto social.

O projeto vencedor foi da Alvap Engenharia LTDA, incubada da Inovates - Centro de Inovação Tecnológica da Univates, que recebeu o valor de R$ 30 mil. A Alvap trabalha com processos de purificação e saneamento ambiental com base em ozônio. O ozônio é um gás altamente eficiente no combate às impurezas, mas sua utilização era muito limitada por se tratar de um gás instável. A empresa da Univates desenvolveu uma tecnologia que permite o manejo do ozônio na limpeza de frutas, purificação de água, entre outras utilizações na indústria e agricultura. “O principal benefício de nosso produto é ser uma tecnologia limpa, que não deixa resíduos químicos”, ressalta o sócio da Alvap, Alberto Valdameri. O empresário explica que com o uso de ozônio é possível limpar piscinas reduzindo em 80% o uso do cloro. “Estamos estudando também a desinfecção de ambientes como açougues, fruteiras e padarias, locais com grande circulação de pessoas e proliferação de bactérias. A eficiência do ozônio é altíssima para combate à salmonella, e. colli e listerias, principais agentes de contaminação”, frisa. A Alvap também já utiliza o ozônio no controle de pragas sem o uso de pesticidas e no tratamento de resíduos agrícolas degradando os herbicidas.

Em segundo lugar, a Cliever Indústria e Comércio de Produtos Tecnológicos S.A., incubada da PUCRS, de Porto Alegre, recebeu R$ 20 mil como prêmio. Trabalhando com impressoras 3D, a Cliever desenvolveu uma máquina que amplia a usabilidade 3D para pequenas e médias empresas. A tecnologia tradicional, com máquinas de grandes dimensões e alto custo, implica em imobilização de um grande capital em sua aquisição, sendo acessível apenas a grandes corporações. A Cliever reconfigurou a tecnologia oferecendo uma impressora menor, mas com a mesma excelência de qualidade, acessível a empresas de menor poder aquisitivo. Segundo o sócio da empresa, Rodrigo Krug, a ideia era tornar a prototipagem rápida e acessível. Hoje a empresa cresce 200% ao ano e já possui 500 máquinas espalhadas pelo país. “Nosso projeto agora é a internacionalização. Estamos mostrando ao mercado internacional que o RS tem capacidade de trabalhar com alta tecnologia de forma competitiva”, comenta. Sobre o prêmio, Krug comenta que a iniciativa é fantástica. “Iniciativas como esta podem ser o diferencial para o crescimento de uma incubada”, conclui.

A SBPA Simuladores de vôo e informática, da Unisinos, São Leopoldo, foi a terceira colocada no prêmio e recebeu R$ 10 mil. Os simuladores de vôo são reproduções de uma cabine de avião ou helicóptero em dimensões reais e com capacidade de reproduzir todas as situações de um voo real. Este mercado, dominado pela tecnologia norteamericana, ganha concorrência brasileira a partir da iniciativa da SBPA. A incubada, que tem seus produtos certificados pela ANAC, já vende simuladores, inclusive para formação e treinamento de pilotos de helicópteros, para o mercado nacional, e está dando os primeiros passos para entrar no mercado norteamericano. “Estar dentro de um parque tecnológico faz muita diferença para empresas de alta tecnologia. Além da credibilidade ao negócio, o apoio tecnológico que os parques oferecem é fundamental. Estamos num ambiente de progresso e inovação no qual, inclusive, outras incubadas acabam sendo parceiras e fornecedoras”, revela.

Além das premiações em dinheiro, todas as três empresas terão, ainda, isenção total das tarifas de análise e fiscalização praticadas pelo BRDE na concessão de eventual financiamento, que será avaliada conforme apresentação de projeto passível de apoio financeiro pela empresa premiada, conforme análise de sua capacidade econômico-financeira e conforme normativos do Banco.

Para o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, o I Prêmio Comung/BRDE coincide com o que a Pasta entende como maior necessidade para a inovação e desenvolvimento do Rio Grande do Sul: unir o conhecimento gerado pelas pesquisas nas universidades com a iniciativa privada e órgãos de financiamento. “Estamos buscando um novo modelo de desenvolvimento no qual o Estado precisa desta transferência tecnológica para o setor produtivo para gerar empreendimentos e inovação. A capacidade empreendedora das regiões vai fazer a diferença para o desenvolvimento de nossa economia”, conclui o Secretário.

Saiba mais sobre o Comung
Integram o Consórcio a Feevale, IPA, PUCRS, UCPel, UCS, Unicruz, Unifra, Unijuí, Unisc, Unisinos, Unilasalle, Univates, UPF, Urcamp e URI. O Consórcio atende mais de 50%dos universitários gaúchos, oferecendo mais de 600 cursos de Graduação. São mais de 208 mil alunos, atendidos por quase 9 mil professores e mais de 10 mil funcionários. Mais de 2,8 mil doutores atuam nos 44 campi que abrangem praticamente todos os municípios do RS, promovendo o desenvolvimento e a qualificação do povo gaúcho. O Comung também investe em pesquisa e inovação, mantendo 55 cursos de doutorado.

Texto: Elise Bozzetto