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Disciplina integra culturas e áreas a partir do design

Postado em 05/06/2017 21h11min

Por Artur Dullius

Cinco estudantes brasileiros e seis intercambistas, sendo dois finlandeses e quatro suíços. Um professor ministrando a aula em inglês. Assim se desenha uma das salas de aula nas noites de quinta-feira na Univates. No ambiente, além da troca cultural, a conexão entre duas áreas diferentes, o Design e a Administração, torna o ensino ainda mais multidisciplinar.
 
Se já não bastassem esses fatores para fugir da normalidade, a metodologia utilizada também chama a atenção. A inspiração parte do conceito de Human Centered Design (em português, Design Centrado no Ser Humano). “É uma metodologia criada para contemplar situação de vulnerabilidade, mas que também se aplica a outras situações, principalmente quando envolve a solução de problemas complexos da sociedade. Ela trabalha com a noção de que as melhores soluções partem do entendimento das necessidades das pessoas para então projetar soluções que efetivamente possam atendê-las”, explica o professor da disciplina, Rodrigo Brod.
 
Jordy Sudan, intercambista da Suíça, se diz impressionado com a metodologia, pois  acreditava que o design era apenas “desenhar coisas". “Aprendi que é bem mais que isso, ele pode ser usado na resolução de problemas e estar presente nas questões do dia a dia”, garante o intercambista. Segundo ele, com a disciplina em inglês é possível interagir mais com os outros estudantes. “Além disso, também consigo praticar a língua, já que a minha língua materna é o francês”, diz.
 
A problemática se baseia naquele que pode parecer um fator insignificante para os estudantes da disciplina, porém agravante para os demais acadêmicos da Instituição: o inglês. “Devido à quantidade baixa de pessoas que se comunicam em inglês na Univates, eu propus esse projeto. A ideia é que esses alunos observem o problema sob a perspectiva do design estratégico e, a partir daí, projetem soluções que possam contribuir para ampliar o interesse no aprendizado da língua inglesa”, conta Brod.
 
Para a estudante do curso de Design Marina Müller, esta é uma forma de manter contato com outras culturas e aprimorar a língua. “Quando eu comecei a disciplina, sabia que meu inglês estava enferrujado, mas agora já engrenou". Segundo ela, a possibilidade de aliar a visão de marketing com o design é fundamental para o aprendizado. “Os alunos estrangeiros são mais metódicos, então o design contribui com a questão da criatividade”, garante a estudante.
 
O projeto conta com três fases: de pesquisa, análise de alternativas e realização de testes e a entrega da solução. Posteriormente a ideia deve ser apresentada para a Diretoria de Relações Internacionais da Univates como uma ideia de design de serviço que possa ser utilizada. “Os acadêmicos estão empolgados na possibilidade de pensar uma solução para a região. Um dos principais problemas do design é não ouvir as pessoas, e aqui eles deram atenção especial a essa questão, entrevistando estudantes e funcionários”, lembra o professor.
 
Brod explica ainda que a solução projetada pelos estudantes não precisa ser necessariamente um produto específico, mas algo que se enquadre no que o design estratégico classifica como sistema-produto. "Propus a eles que pensassem em uma solução que contemplasse uma experiência de uso significativa, que pode ser um jogo, um novo formato de curso ou até mesmo um evento. A ideia deve partir das observações e da criatividade deles", diz. 
 
Aprendizado docente
A experiência de incluir o inglês no ambiente acadêmico também é nova para o professor Rodrigo Brod. Segundo ele, é a primeira vez que ministra aulas em uma língua que não seja o português. “Tenho o domínio da língua inglesa, porém o fato de dar aula se torna um novo aprendizado, pois ao colocar em prática percebemos que faltam termos específicos no vocabulário e é necessário pesquisar e se atualizar”, conclui.
 
Participação de diplomados
A disciplina contou com a participação de convidados especiais, incluindo dois diplomados do curso de Design, que ministraram pequenas palestras em inglês. O diplomado Rafael Kochhann discorreu sobre o seu Trabalho de Conclusão do Curso, que envolveu pesquisa via Skype com diversos designers de várias partes do mundo, atividade na qual o inglês foi essencial. Já a diplomada Débora Bouvié compartilhou a experiência do intercâmbio no Reino Unido, por meio do programa Ciência sem Fronteiras, no qual foi premiada por um projeto de design para um playground feito inteiramente de bambu, desenvolvido para uma necessidade do Timor Leste.
 
Texto: Artur Dullius
Estudantes devem pensar formas de incentivar o ensino da língua estrangeira

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Marina é estudante do curso de Design da Univates

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Sudan é oriundo da Suíça

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